Xixo de Rancho
Volmir Dutra e Grupo Criado em Galpão
Escutei uma cordeona do alto de uma coxilha
E a Lua espelhava o brilho
Na prata das minhas encilha
E o Rio Grande por ser grande
Andei mais de légua e pico
Por ter coceira nas pata
Sem um farrancho não fico
Peguei o jeito pra campear o que preciso
Jogatina, trago e China
Me largam de bolso liso
Sou fandangueiro
E na vaneira eu deslizo
Pois sempre assino de espora
O chão da bailanta que piso
Bombeei pra costa do mato
E o rancho véio fervia
Um formigueiro de gente
Que lá de fora se via
E a morena perfumada
Com cheiro de primavera
Me arrastou pro sarandeio
Com negaceios de fera
Peguei o jeito pra campear o que preciso
Jogatina, trago e China
Me largam de bolso liso
Sou fandangueiro
E na vaneira eu deslizo
Pois sempre assino de espora
O chão da bailanta que piso
Sou taura e venho de longe
Farejo onde tem fuzarca
Se me grudo na pinguancha
Danço tudo quanto é marca
Se o gaiteiro é meio manco
E acaso fique devendo
Num xixo véio de rancho
Na cordeona me defendo
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