Malandro – O Rei da Boêmia e o Barão da Ralé
Igor Pitta
Raiou a falsa liberdade
Povo de rua ganhou o destino
Subiu o morro sob um céu boêmio
À convite do sereno pra fugir do desatino
Ôô vagou nas bandas de lá
De coreto ao meio fio
Ôô rodou nas bandas de cá
Alma malandra do Rio
É teatro de revista na ginga da arte
Rei do terreiro, batuqueiro, baluarte
Na ponta do pé, seu cortejo é navalha
Galanteio de Zé não falha!
Anoiteceu a linda ópera ao luar
E o carioca a vagar pelas calçadas da vida
Sofrida o dia a dia da ralé
Quem sobrevive, malandro é!
Cai a madrugada, vou de ponta e faca
Lá em Cavalcanti, bebo a saideira
No compasso o mestre-sala, bailado que aflora
Eu sou o samba e não vou embora
Sessenta anos depois, eu quero ver
Quem é malandro não pode correr
Chapéu Panamá, a fé me conduz
Em Cima da Hora é Carlinhos de Jesus
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