Ninguém Escreve Ao Gabriel
Indolentes Pés de Abóbora
Entra tarde
Ninguém te nota
Achar saída
Nadar na poça
Dar de cara com o azar
Perder a hora
Abrir ferida
De tanta nota tocar
Cruzar os dedos
Num pesadelo
E ver que arte
Também é sonhar
Ser outro país
Em cada calçada
Ser a pedra que chuta
E a via láctea
Sem pestanejar
Dormir num trem
Falar que vê o Gabo na TV
E tudo bem não ser tão certo
Aprender de vez que nada é cem
Por cento certo e vale arriscar
O corpo é livre e não precisa de sucesso
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