Olhos do Amanhã
Versos Morfinos
O instante frágil feri a noite
Luzir entre os licores pálidos adentrando um céu ébrio
Com seus lábios pedindo ventos
Desejando o impossível
Deslumbrando um abismo
Com adornos de sonhos
Onde algo grita
Uma estrela despenca-se do coração
Eclipsando anseios
Transformando em elixir selvagem
A essência do sentir
Adiáfano os olhos do amanhã
Atravessam as raízes selvagens da especulação
Este invisível tecer que se alimenta da ansiedade
Sob a visceral beleza de ser
E talvez teus olhos tenham um céu de lágrimas
Pois onde se fala a língua da dor
Somos lidos
Em voz obscura
Em nômade absoluto
Algo define nossa imagem
Signos
Dores estranhas
O sangue maldito de poeta
Pois poesia é um delírio
Descendo as cidades mortas
As memórias vivas
A saudade nunca esquecida
Dançando em destroços
Entre nossa ausência e nosso renascimento
A flor do perene solfeja sua canção nua
E somos seus eternos filhos
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